sábado, 24 de novembro de 2007

Amanheceu

E ao amanhecer, diluiu-se em vermelho a esperança...

Dez dias de atraso

O Tempo.

Não sei como tratá-lo... se como aliado ou inimigo.

Na agoniante espera, os minutos se escoam lentamente... muito lentamente. Quero ver passado um mês, dois ou até mais porque então já terei resposta para tão angustiante pergunta. Mas os dias... estes que passam sob ordens do caprichoso Sr do tempo, escoam-se muito devagar.

Os anos, não. Os anos têm passado depressa sobre a minha cabeça e quando vejo já passei dos vinte, já cheguei aos trinta... e passam, passam em uma velocidade atordoante, não me dando tempo para muita coisa.

Mas os dias... estes atuais, ah! Estes passam muito devagar... testando minha paciência com esta lerdeza inquietante.

Agora, se foram 10. Preciso de pelo menos mais 20 assim, deste jeitinho. Dias limpos, brancos, imaculados... então saberei quão exultante vai ser a resposta ao nosso diário: será?

Mas cada um destes dias estão sob ordens expressas de passar segundo a segundo, sem pular nenhum, muito devagar. Quando finalmente o sol se põe em mais um dia, vou me deitar pensando que notícias me trarão o amanhecer: de mais um dia de espera e vigília constantes ou se será chegada a hora de tão ínfima e fugaz esperança enfim desfalecer.

Que o desfecho seja breve, meu Deus, para que esta esperança, por ser tão leve, tão tênue não tenha tempo de me destruir.

domingo, 18 de novembro de 2007

Onde estás?


Observo do alto a cidade iluminada. Parte adormecida, parte em atividade constante. Pergunto-me em qual parte dela estarás.

Pergunto-me se já faz parte da cidade, um pequeno ser me esperando, assim como espero por você. Ou se ainda estará no ventre daquela cuja semente te gerou.

Enquanto observo a noite, tento imaginar o momento em que te entregarão em meus braços para ser amado, zelado, acarinhado... Ainda que não tenha sido a semente que te gerou, serei o solo onde crescerás.

Aguardo ansiosamente sua chegada, meu filho. Sei que estás em algum lugar, à espera de uma ordem de Deus, para em meus braços descer.

Tenho tanto amor no meu coração, filho... Já és um bebê tão querido, tão desejado, que não haverá nada no mundo para impedir-me de amar-te.

Quando não precisares mais do meu acalanto, serás homem feito, terás aprendido o poder da honra, da honestidade, do amor filial.

E ainda que pronto para voar, depois de solto, contará sempre com o ninho materno para voltar e continuar sendo amado, querido, zelado, pois o amor que te tenho não acabará jamais.

A mãe está aqui filho, pronta, esperando o momento que também estejas...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Poesia

Em uma destas andanças pela net, encontrei um blog lindo:
http://fotos-saoluiz.blogspot.com

Achei esta poesia tão linda que precisava mostrar a vocês, com os devidos créditos.




"Um pequenino grão de areia
Era um eterno sonhador
Olhando o céu, viu uma estrela
Imaginou coisas de amor
Passaram anos, muitos anos
Ela no céu, ele no mar
Dizem que nunca o pobrezinho
Pode com ela se encontrar


Se houve ou se não houve
Alguma coisa entre eles dois
Ninguém sabe até hoje afirmar
O certo é que depois, muito depois
Apareceu a estrela do mar"

(Marino Pinto e Paulo Soledade)