sábado, 24 de maio de 2008

Esperar


Como é difícil esta espera. Às vezes me pego a imaginar como será meu bb, como será tê-lo em meus braços, qual a sensação de ser mãe ainda que adotiva.
Ter um pequeno ser em meus braços para eu amar e sorrir para mim e me seguir com olhinhos por onde quer que eu vá por que me reconhece como sendo sua MÃE. Sua provedora, seu porto seguro...

Me pego a imaginar como será ter em meus braços um bb para acalentar, para abraçar... que quando estivesse chorando, com fome, com o que quer que estivesse sentindo somente a mim ele quereria...

Ou ao pai, homem que tanto amo.

Não importa o tempo que passar, mesmo quando ele já estiver comigo, esta pergunta não calará: porque?

Porque nós. Porque não podemos. O que fiz de tão errado para não ter direito de ser mãe.

Porque dói tanto. Porque não há outro modo de preencher este vazio no coração, nos braços, na alma...

O processo de adoção está sendo muito mais difícil do que eu imaginava. A psicóloga interpreta tudo que falamos de maneira ruim. Como se fossemos pessoas ruins, incapazes. Como se devessemos ser perfeitos para então termos um filho.

Isto é impossível, será que ela não percebe?

Faltam dezoito dias para as próximas reuniões, as próximas agonias. Será com a assistente social e as imagino tão terriveis como com a psicóloga.

E esta espera... 18 dias me parecem a eternidade.