segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Revolta

Toda revolta. Dos pés à cabeça. Meu corpo se rebela contra sua natureza. Contra a ausência da possibilidade de que o meu mais lindo sonho se realize.
Não quero continuar a viver. Não quero mais ficar aqui!!! Quero deixar meu marido livre da minha imperfeição, livre do meu mau humor sobre esta questão, livre desta mulher que neste momento se sente tão feia e tão chata que não estranharia se ele simplesmente virasse as costas e me deixasse. Sinto-me próxima a cometer atos que tanto abominei. Sinto-me próxima a virar as costas àqueles que amo e a tudo aquilo que segui como certo e verdadeiro por toda a minha vida.

Estou no limite das minhas forças. Já estou à frente do que era o meu limite. E não tenho com quem reclamar. Também, para que? Até mesmo Deus deve já ter se cansado das minhas lamúrias, que dirá meu marido, um ser humano de carne e osso, fraco e tão desejoso quanto eu, embora não coloque em palavras.

Sinto-me destruída. Sem forças, sem fé, sem esperanças. A cada mês uma parte de mim morre. Uma parte de mim mingua. E digo a parte de mim que é boa, porque a ruim encontra-se a todo vapor.

Estou a ponto de jogar para o alto tudo o que tenho. Em alguns momentos me parece que nada é verdadeiro, que tudo o que tenho de bom em minha vida foi uma ilusão e que vou me decepcionar em breve, como me decepciono todos os meses. Como decepciono as pessoas que estão próximas a mim.

A única coisa que eu peço neste momento é a morte. O esquecimento, o doce sabor do esquecimento...

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